sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Eu vou a pé!

Quero iniciar um movimento aqui pelo blog. Assim como existe o Blog “ Eu vou de Bike” ou o movimento “ Critical Mass", que luta pela democratização da Rua para uso de ciclistas através de uma conscientização que a Rua é um espaço de todos e não é exclusivo para os carros.

Meu movimento, pasme, é em prol dos pedestres.

Vou explicar.

Desde que resolvi voltar a morar em São Paulo, uma das minhas maiores preocupações é a de perder a qualidade de vida que adquiri em Budapeste vivendo sem carro. Usando transporte público como meio de transporte e não raro optando por caminhar ou usar a bicicleta.

Como ex-morador de São Paulo eu sabia que teria dificuldades de repetir esse estilo de vida em aqui, mas não custa tentar.

Estou de volta há exatamente uma semana e já coleciono casos que beiram o surreal no quesito falta de educação no transito e falta de respeito ao pedestre.

Exemplo de hoje, atravessando a rua na faixa de pedestre, um motorista jogou o carro em mim buzinando. Quando eu reclamei que o farol estava vermelho para o outro lado e que eu estava na faixa de pedestres, o educado senhor, em alto e bom som, mandou que eu enfiasse o faixa de pedestre no c•!

Ou seja, além dele me ameaçar fisicamente, jogando o carro em mim, ele me ofendeu verbalmente quando eu reclamei um direito que era meu e que ele estava visivelmente errado.

O que me assusta nisso tudo é que ele agia como se eu é que estivesse errado e os outros vários pedestres que também atravessavam a rua atrás de mim, nada fizeram e se portaram como se preferissem evitar aquele bate-boca.

Onde fica então o respeito ao pedestre? Ou mesmo a educação? E por que os outros pedestres que estavam perto de mim se acovardaram e não vieram me defender? Afinal todos estavam ali na rua da mesma forma que eu.

Por que o pedestre paulista age de forma resignada como se os carros fossem os únicos com direito a transitar nas ruas? Ao meu ver o pedestre tem sempre preferência, se estiver atravessando a rua na faixa e um motorista que joga o carro em pedestres deveria ser punido no mínimo por tentativa de lesão corporal, se não tentativa de homicídio. Afinal de o carro me acerta, sabemos que poderia não apenas me machucar, mas me matar!

Estou errado? Exagerando?

Por favor, me avisem se estou viajando ao vislumbrar uma cidade onde posso andar nas ruas sem ter que correr pra atravessar a rua caso contrario não chego do outro lado?

3 comentários:

Ane Sik disse...

Edu,

O silêncio favorece o opressor e nunca o oprimido.

Eu certamente me "meteria"nessa situação, mas não acho que o problema seja "bater boca" ... todas as pessoas que conheço são (atualmente) motoristas e a nós (me incluindo) falta respeito ao pedestre...

Juro que vou me lembrar disso a cada faixa que passar!

Espero que vc consiga, "fazer a diferença"!!!

é bom ter seu blog de volta...

Erik Hanson disse...

It's much worse in China! Actually it's like that here in NYC Edu also, you just have to devlop a thick skin, you can't change them!

Anônimo disse...

Faz tempo (4 anos) estou morando perto do trabalho justamente por isso, para ir trabalhar a pé. Ando de 20 a 30 minutos e passo por ameaças a vida quase todos os dias. Carros que entram sem usar a seta, carros que passal pelo faros vermelhor e o mais surreal. Se eu não corresse para calçada, eu já teria sofrido um atropelamento por um carro que entrou na contra mão. Ele vinha subindo a Al Campinas e entou na Al Itú (que é contra mão) para entrar em um estacionamento perto da esquina. Ou seja, eu estava na entrada do estacionamento, olhando para trás (que é o fluxo normal de carros) e ele quase me ataca pela frente.
Kleber